Women and Justice: Keywords

Domestic Case Law

Comisión Colombiana de Juristas (CCJ) en representación de persona protegida vs Cámara Penal de la Corte de Cundinamarca (Sentencia T-126-18 - Acción de Tutela; Expediente T- 6.326.145) Corte Constitucional de la República de Colombia (2018)


Gender-based violence in general, Sexual violence and rape

The case concerned issues of language in judicial rulings that led to revictimization. The protected applicant, the leader of an association of peasant women, was kidnapped and raped by an illegal armed group that considered her a threat. The plaintiff brought suit against two potential perpetrators who were acquitted by the court of Cundinamarca. The Constitutional Court ruled to exclude a section of the aforementioned decision because of the section’s use of vulgar and disqualifying expressions in relation to the victim of sexual violence. The court argued that judges must, in their decisions: (a) avoid value judgments that refer to the personality or physical appearance of an alleged victim of sexual violence; (b) quote literally the testimonies and sections that refer to the analyzed criminal behavior, and; (c) make the descriptions of the provided evidence with an objective and respectful tone.

El caso se refería al uso del lenguaje en sentencias judiciales que conducen a la re-victimización. La persona protegida, líder de una asociación de mujeres campesinas, fue secuestrada y violada por un grupo armado ilegal que la consideraba una amenaza. La víctima denunció a dos posibles perpetradores del crimen, pero fueron absueltos por la Corte de Cundinamarca. La Corte Constitucional resolvió excluir una sección de la sentencia proferida por la Corte de Cundinamarca por el uso de expresiones vulgares e insultantes contra la víctima de violencia sexual. La Corte Constitucional argumentó que los jueces deben, en sus decisiones: (a) evitar hacer juicios de valor que se refieran a la personalidad o apariencia física de una presunta víctima de violencia sexual; (b) citar literalmente los testimonios y apartados que se refieran a la conducta delictiva analizada, y; (c) hacer las descripciones de las pruebas aportadas con un tono objetivo y respetuoso.



Constitucionalidade da Lei Maria da Penha (ADC 19 e ADI 4424) (Constitutionality of Lei Maria da Penha (Federal Domestic Violence Law) Brazilian Federal Supreme Court (2012)


Domestic and intimate partner violence, Gender discrimination, Gender-based violence in general, International law

Following a request to Brazil’s Federal Supreme Court (Supremo Tribunal Federal or “STF”) by then-President Luiz Inácio Lula da Silva, the STF reviewed and upheld the constitutionality of the Lei Maria da Penha (“LMP”). The LMP is Brazil’s first law to address the problem of domestic violence against women on a national scale. The law’s provision for the creation of special courts, as well as the law’s differentiated protection of women, had come under scrutiny in many of Brazil’s lower courts as unconstitutional. The STF, however, has previously held that those articles were constitutional. President Silva argued that the LMP was constitutional due to Article 226, § 8 of the Federal Constitution, and Brazil’s ratification of the Convention on the Elimination of All Forms of Discrimination Against Women and the Inter-American Convention on the Prevention, Punishment, and Eradication of Violence Against Women. The Justices agreed that the LMP does not create a law of unequal treatment between men and women, but addresses the reality of longstanding discrimination and aggression directed at women, and offers substantive mechanisms to promote equality without infringing on the rights of males. The Court also found that the provision of specialized courts is constitutional and not in conflict with state control of the local courts. Finally, with a majority vote of 10-1, the Justices held that the office of the public prosecutor can prosecute domestic violence cases even when the victim fails to appear or file a complaint against her aggressor. The majority reasoned that state intervention is necessary to guarantee the victim’s protection from the risk of ongoing violence, which may be aggravated by the victim appearing in the action against her aggressor.

O Presidente do Brasil em 2012, Luiz Inácio “Lula” da Silva, ajuizou pedido de revisão da constitucionalidade da Lei Maria da Penha (LMP) ao Supremo Tribunal Federal – STF, sob a ótica do tratamento diferenciado conferido pela Lei aos homens e as mulheres. Em breve retrospecto, a LMP é o primeiro dispositivo legal enderençando o problema da violência doméstica sofrida pelas mulheres em nível nacional. Em razão da referida lei prever a instituição de Juizados Especiais de violência doméstica e familiar contra a mulher, bem como diferenciar a proteção conferida às mulheres vítima de violência doméstica, diversas varas de primeira instância passaram a julgar os dispositivos das leis como inconstitucionais, muito embora o STF já tivesse firmado entendimento pela constitucionalidade da LMP. No pedido encaminhado pelo então presidente Lula argumentou que o parágrafo 8º do artigo 226 da Constituição Federal (o qual prevê que o Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações), bem como a ratificação do Brasil a Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) e a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher garantiriam a constitucionalidade da LMP. Os Ministros do STF, quando da análise do assunto, entenderam a LMP não criou tratamento desigual em relação aos homens e mulheres, tendo endereçado apenas os problemas de discriminação e agressões dirigidas às mulheres, oferecendo, portanto, mecanismos de proteção que auxiliam na promoção da igualdade, sem retirar qualquer direito dos homens. O STF entendeu ainda que as provisões relativas à criação de Juizados Especiais são constitucionais, não havendo conflitos entre o controle jurisdicional estadual e local. Finalmente, a maioria dos Ministros (10-1) entendeu que as Promotorias Públicas têm competência para denunciar casos de violência doméstica, a inda que a vítima desista de aparecer em juízo ou prosseguir com a denúncia contra o agressor. A maioria justificou que a intervenção estatal se faz necessária para a garantia de proteção à vítima em razão do risco iminente de violência, a qual poderia ser agravada caso a vítima denunciasse seu agressor.



Legislation

Lei n. 24/2019: Special Part, Title One, Chapter One, Section One, Article 160 (2019)


Gender discrimination, Gender-based violence in general, LGBTIQ

Article 160 increases the penalty for murder to 20-24 years in prison if the crime was motivated by racial, religious, or political hatred, or generated by color, ethnic, or national origin, sex, sexual orientation, or gender identity of the victim.

O artigo 160 aumentou a pena para o crime de homicídio para 20-24 anos de prisão se o crime for motivado por ódio racial, religioso, ou político, ou gerado pela cor, etnia, ou origem nacional, sexo, orientação sexual, ou identidade de gênero da vítima.



Plano Nacional de Acção Para Prevenção e Combate à Violência Contra a Mulher 2008-2012 (National Plan of Action for Preventing and Combating Violence Against Women) (2008)


Domestic and intimate partner violence, Gender-based violence in general, International law, Sexual violence and rape, Statutory rape or defilement

The plan outlines the materialization of the National Plan for the Advancement of Women (Plano Nacional para o Avanço da Mulher) by mapping out its objectives, finances, and progress evaluations given specific deadlines. It focuses on expanding services available to victims of domestic, sexual, physical, and psychological violence; improving institutions to educate the public on gender-based violence; implementing advocacy strategies to prevent and combat violence against women; and establishing multi-sector mechanisms to intervene in violent situations in which women may find themselves. For example, as women are 57% of all HIV-positive people in Mozambique, the plan provides for an STI, including HIV, prophylaxis service for victims of sexual violence. Each sector is in charge of managing its own budget in accordance with its objectives, but the Mozambican government and the Economic and Social Plan (Plano Económico e Social) are expected to be driving forces in attracting more partners and resources for the plan. The timeline is set for five years, with the Monitoring and Evaluation (Monitoria e Avaliação) creating conditions, such as annual check-ins, and using the Report on the Economic and Social Plan (Balanço do Plano Económico e Social) to ensure that each division maintains consistency in their actions.

O plano esboça a materialização do Plano Nacional para o Avanço da Mulher ao mapear os seus objetivos, finanças, e avaliações de progresso em prazos específicos. Ele foca em expandir os serviços disponíveis para as vítimas de violência doméstica, sexual, física, e psicológica; melhorando as instituições para educar o público sobre violência de gênero; implementando estratégias legais para prevenir e combater violência contra mulheres; e estabelecendo mecanismos multissetoriais para intervir em situações de violência em que as mulheres se encontrem. Por exemplo, como as mulheres são 57% das pessoas HIV-positivas em Moçambique, o plano fornece serviço de profilaxia para ISTs, incluindo HIV, para vítimas de violência sexual. Cada setor está responsável por administrar o seu próprio orçamento de acordo com os seus objetivos, mas é esperado que o governo Moçambicano e o Plano Econômico e Social sejam forças motrizes na atração de mais parceiros e recursos para o plano. O cronograma é de cinco anos, com a Monitoria e Avaliação criando condições, como check-ins anuais, e usando o Balanço do Plano Ecônomico e Social para garantir que cada divisão mantenha consistência em suas ações.



Código Penal: Livro II, Título I – Crimes contra a pessoa: Capítulo I– Crimes contra a vida (Crimes against life) (2005)


Domestic and intimate partner violence, Femicide, Gender-based violence in general, LGBTIQ

Article 132 of the Portuguese Penal Code imposes a more severe penalty (imprisonment from 12 to 25 years) for the crime of qualified homicide (“homicídio qualificado”), if, among other special circumstances, the victim is the current or former spouse or person with whom the perpetrator has a romantic relationship, regardless of sex and gender, if the victim is pregnant or if the crime is committed due to the victim’s gender, sexual orientation, or gender identity.

O artigo 132 do Código Penal português impõe uma pena mais severa (de 12 a 25 anos de prisão) aos crimes de homicídio qualificado, se, além de outras circunstâncias especiais, o crime for praticado: (i) contra cônjuge, ex-cônjuge, pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou tenha mantido uma relação de namoro ou uma relação semelhante à de conjuges, ainda que sem coabitação; (ii) contra mulher gestante; e (iii) em razão de sexo, orientação sexual ou pela identidade de gênero da vítima.



Ley de Educación 2006 (última revisión 2018) (2018)


Gender discrimination, Gender-based violence in general

The Law on Education established that one of the principles of Spain’s public education system is the prevention of gender-based violence (Article 1). Preference in the admission to public schools will be given to students who have had to move because they suffered acts of gender-based violence (Article 84.7).

La Ley de Educación estableció que uno de los principios del sistema de educación pública de España es la prevención de la violencia de género (Artículo 1). Se dará preferencia a la admisión a las escuelas públicas a los estudiantes que hayan tenido que mudarse porque sufrieron actos de violencia de género (Artículo 84.7).



Código Criminal de España (última revision en 2015) (2015)


Abortion and reproductive health rights, Domestic and intimate partner violence, Employment discrimination, Female genital mutilation or female genital cutting, Gender-based violence in general, LGBTIQ

Spain criminalizes certain behaviors contrary to gender justice, such as the practicing of abortions without the patient’s consent, and female genital mutilation. In particular, Article 149 criminalizes female genital mutilation, establishing a penalty of six to twelve years in prison. Article 173 criminalizes the habitual physical or psychological violence exercised against a spouse or partner, punished with a penalty of six months to three years of prison (regardless of the penalty for any specific acts of violence that may have occurred). Article 314 criminalizes employment discrimination because of someone’s gender, ideologies, religion, ethnicity, sexual orientation, family circumstances, etc. The penalty for employment discrimination is six months to two years of prison or a pecuniary fine of 12 - 24 months. Article 510 criminalizes the incitement of violence, hate, or discrimination against any person or group for the aforementioned reasons. The penalty is one to four years of prison and a pecuniary fine of six to twelve months. Article 511 criminalizes denying a public service because of the aforementioned reasons, to someone legally entitled to receive said service. The penalty is six months to two years of prison and a pecuniary fine of 12 to 24 months, as well as being barred from public office for one to three years. Article 144 criminalizes the practicing of abortions without woman’s consent. The penalty is four to eight years of prison and being barred from any job in the medical profession.

España penaliza ciertas conductas contrarias a la justicia de género, como la práctica de abortos sin el consentimiento de la paciente y la mutilación genital femenina. En particular, el Artículo 149 penaliza la mutilación genital femenina, estableciendo una pena de seis a doce años de prisión. El Artículo 173 penaliza la violencia física o psicológica habitual ejercida contra un cónyuge o pareja, castigada con una pena de seis meses a tres años de prisión (independientemente de la pena por cualquier acto específico de violencia que pueda haber ocurrido). El Artículo 314 penaliza la discriminación laboral debido al género, las ideologías, la religión, el origen étnico, la orientación sexual, las circunstancias familiares, etc. de alguien. La pena por discriminación laboral es de seis meses a dos años de prisión o una multa pecuniaria de 12 a 24 meses. El Artículo 510 penaliza la incitación a la violencia, el odio o la discriminación contra cualquier persona o grupo por los motivos antes mencionados. La pena es de uno a cuatro años de prisión y una multa pecuniaria de seis a doce meses. El Artículo 511 penaliza la denegación de un servicio público por las razones antes mencionadas, a alguien legalmente autorizado para recibir dicho servicio. La pena es de seis meses a dos años de prisión y una multa pecuniaria de 12 a 24 meses, además de ser excluido de un cargo público de uno a tres años. El Artículo 144 penaliza la práctica de abortos sin el consentimiento de la mujer. La pena es de cuatro a ocho años de prisión y se le prohibirá cualquier trabajo en la profesión médica.